Jazz e Militância no espaço Sesc
Na noite do último dia 05 de julho, os alunos que compõem o grupo de aplicação “Grupo Música na Calçada” estiveram no Sesc Tijuca para apreciar o show “Maíra Freitas e Jazz das Minas“, sexteto composto em maioria por entes femininos e pretos, num show que celebra, a partir de uma interpretação própria, a música preta brasileira e mundial.
“Esse show é sobre cura. Somos mulheres diversas se divertindo no palco. Começamos o show cantando ‘Mulher do Fim do Mundo’ porque o mundo acabou e a gente está aqui sobrevivendo à base de encantamento e resistência”.
Declaração feita por Maíra Freitas em entrevista à Revista Raça
Na encantadora noite Maíra, além de “Mulher do Fim do Mundo”, cantou músicas autorais como: “Tambor Atento” e “Gargalhada” e interpretou consagrados e clássicos repertório como: “Feeling Good” – Nina Simone -, “Semba dos Ancestrais” – Martinho da Vila e de cantores como Dona Ivone Lara, Gilberto Gil e Leci Brandão. Ainda contando com a participação de uma das professoras da Escola de Música de Manguinhos, a querida professora Cristine Ariel, que se apresentou brilhantemente junto a duas companheiras de palco.
Contudo, mais que contemplar boa música e a apresentação de uma professora e apoiadora produzindo arte, nossos alunos puderam presenciar um show que literalmente deu “show”, em defesa da música de qualidade, do espaço feminino na arte, da valorização do povo preto e na desconstrução de conceitos vulgares a cerca do jazz, como apontado por Maíra ainda em entrevista a Revista Raça:
“Um dia um amigo me falou que achava que jazz era coisa de branco, mas não é. Nem na origem, nem na atualidade, pois estamos aqui levando esse gênero de origem preta com o apoio do Sesc para lugares como Madureira, São João de Meriti, São Gonçalo, Ramos. Vamos fazer jazz com Alcione e Leci, improvisos e rearranjos com Jovelina e Luedji. Nossa música pega a essência do jazz e transmuta. Jazz no sentido mais amplo da palavra, jazz porque é livre. Uma roda de partido alto é jazz, os tambores de um terreiro fazem jazz, o hip hop e a cantiga de ninar também”
Estar em lugares que exalam a cultura nos apresenta oportunidades de vivências culturais que referenciam trocas e saberes. Mas para alunos no início da caminhada artística, uma noite com múltiplos referenciais, militância e exaltação do que é belo se manifesta como aprendizado ímpar que se leva para uma vida inteira!
Comemoramos uma noite feliz e de muitos aprendizados!
Viva a cultura!!!✊🏿