No dia 1 de setembro de 2021, A Escola de Música de Música de Manguinhos – Espaço Casa Viva Redeccap e sua coordenadora, participaram deste momento de honraria: a Condecoração da Presidente da Fiocruz, a Dr. Nísia Trindade, com grau de Cavaleria da Ordem Nacional da Legião de Honra da França.
Acesse para assistir:
A Escola de Música de Manguinhos é fruto do apoio da Fiocruz/Cooperação Social.
Há quatorze anos a EMM promove ações dialógicas, promotoras de saúde e de prática de educação cidadã – autônoma – criativa e crítica.
Com uma metodologia original para educação musical que incentiva relações intergeracional, inclusiva e comprometida com propostas intersecionais a partir da educação e cultura popular e arte musical em territórios vulnerabilizados. ,
Este fazer criativo permite um novo olhar diante da tão difícil realidade, trazendo um novo campo de possibilidades e oportunidades para os envolvidos.
A EMM apresenta a música: Lá e Cá de Leci Brandão; música esta, em que a compositora traça um paralelo entre a vivência de negros Sul Africanos que estavam sob o regime do Apartheid (1948 – 1994) na época da composição – 1987- e negros brasileiros que ainda são afetados pela a desigualdade social e o Racismo
Dois jovens, filhos de negros e pobres; que viveram suas infâncias e adolescências na favela, que caminhavam nos becos e ruas empunhando seu instrumento musical como uma verdadeira arma: arma do saber, arma da possibilidade, arma da oportunidade, arma da referência e da superação!
Sim! Arma da referência e da superação!
Na sexta feira, dia 11 de setembro de 2020; os professores Cristine Ariel e Raminson dos Santos; se formaram em Licenciatura em Música pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Que orgulho!
Orgulho sim! Porque a coragem de romper com os paradigmas que as crianças e adolescentes da favela, são fadados a serem marginais e bandidos; é um ato de resistência e coragem.
Esta violência simbólica: aniquila, segrega e é justificativa para as injustiças sociais.
Quando os negros e seus filhos enchiam as senzalas no período da escravidão, não era incômodo. Mas hoje, causa um grande incômodo ver os negros e seus filhos como atores de direitos e protagonistas das suas histórias.
Se preto ou Se pardo, a negritude deve ser assumida de modo a reverter todo o processo de discriminação e preconceitos.
Se não negro ou Se branco, as injustiças sociais devem ser combatidas porque a violência estrutural acomete à todos que tem um CEP que leva para uma área de risco, que não se tem acesso à serviços de qualidade e seus direitos são retirados.
Superar estas dificuldades é motivo de celebração!
Nestes dias de pandemia as dificuldades se aceleraram. Sim.
A busca pelo pão de cada dia, o cuidado para não adoecer, a perspectiva do futuro: O que vai ser? Como fazer? Quando será? Foram questões que colocaram em dúvida muitos processos da vida.
Mas nem a pandemia impediu que os sonhos se realizassem.
Cristine chega no projeto aos 8 anos de idade acompanhando a mãe e logo o seu coração se acendeu quando encontrou o violão.
Assim como o Raminson que numa apresentação da Escola de Música no teatro da Escola de Música da UFRJ se encantou ao ver um piano.
Encantamento é a palavra chave para a motivação e determinação.
Hoje, formados em licenciatura em Música pela UNIRIO; são exemplos Para as suas famílias, amigos e comunidade.
Na Pandemia e na janela da Conectividade:
A Favela Venceu!
O sonho se realizou!
A vida prossegue!
A Esperança alimenta!
Parabéns professores!
Que a arte de ensinar e de compartilhar conhecimentos, seja o maior presente para todos nós.
A Favela é Força e Potência
Veja lá:
Com amor,
Elizabeth Campos
Coordenadora do Espaço Casa Viva/Redeccap
NOSSAS VÍDEOS AULAS DO PROJETO ESTÃO DISPONÍVEIS EM NOSSO CANAL DO YOU TUBE!
Hoje aqui no blog teremos o relato da Professora de Música Cristine Ariel, seu planejamento de aulas e suas reinvenções.
Durante as férias de dezembro/janeiro, uma ideia veio à cabeça: por que não utilizar os espaços da escola, paredes, teto, chão e portas, para reforçar o aprendizado musical dos alunos? “Se as notas ‘sobem e descem’, que tal a gente marcar os degraus das escadas com as notas musicais?”
Pronto! Desafio lançado.
Planejamento das Aulas
Dedicamos algumas semanas das férias para planejar, pensar qual seria o melhor material, medir a profundidade, altura e largura dos degraus, comprar o material, cortar, medir para ver se ficaria legal, retocar o corte. {Usei a palavra “dedicamos” porque nessa empreitada, envolvi pai, mãe, namorado, prima, primo}.
E deu certo! As letras estavam prontas para ser coladas.
Tivemos a primeira reunião de planejamento do ano com a equipe e professores para decidir o retorno das aulas, e o importante nessa história: quando seria a mega faxina para lavar bem as escadas para colarmos as notas nos degraus.
Mas, a única água que vimos nessa história foi o banho de água fria que a Covid-19 deu nas nossas vidas.
O que faremos agora? Como podemos ajudar? Como chegar na casa das alunas e alunos? E as letras?
Então, replanejamos!
Bem… as letras estão guardadas em cima do armário, na esperança da vida pós-covid passar. Sendo momentaneamente substituídas por telas de computador, celular, quadros digitais, vídeos, fotos, ligações, lives.
Por ora, assim que retornarmos às aulas, os espaços da escola, paredes, teto, chão e portas, precisarão ser marcados para reforçar que o distanciamento social e a higiene pessoal são necessários. As notas podem esperar até que o novo normal se estabeleça e possamos nos reinventar com segurança.
Com saudade de todas e todos. E com lembranças do Marcão.
No dia 04 de dezembro, aconteceu no auditório da UFRJ o V Simpósio de Educação Musical com a participação dos professores da Universidade de Goiás. A Escola de Música de Manguinhos participou deste evento e fez uma linda apresentação.
No Sábado dia 04-07-2009 aconteceu no Espaço Casa Viva Rede CCAP, o evento de encerramento das aulas do Módulo II da Escola de Música de Manguinhos.
A EMM é um referencial da capacidade de transformação que a música promove na vida dos alunos moradores de comunidades de alta vulnerabilidade social como Manguinhos.
Os professores da EMM são universitários da UFRJ, que tem a oportunidade de colocar em prática seu aprendizado e ao mesmo tempo contribuir para que crianças possam pensar em um futuro melhor, relacionado à música.