O Dia Nacional da Consciência Negra e o Casa Viva RedeCCAP

O Dia da Consciencia Negra é celebrado, no Brasil, em 20 de novembro. Foi criado em 2003, no mesmo ano de início do Espaço Casa Viva.

Lembro perfeitamente desde dia em 2003, quando fizemos a nossa primeira comemoração do Dia da Consciencia Negra na favela de Manguinhos.


A Redeccap já realizava festivais e comemoração na Semana Zumbi de Palmares que salientava as figuras negras da história de mostra cultural com a participação de todos os segmentos de arte, cultura e educação desenvolvido nos projetos.

De início alguns moradores achavam que era uma coisa muito feia: Uma coisa de preto!
Mas quem resistia a deliciosa Feijoada! Feijoada da Dona Maria…. Feijoada da Valéria!…


Quem…?

No início só os potinhos apareciam rsrsrs,
Depois as cabecinhas que ficavam nas janelas e lajes. Alguns sérios, sem esboçar um sorriso, mas os pés ficavam saltitantes dançando e os olhinhos radiantes ao ver tanta cultura, tanta produção, tanta criatividade vinda das crianças e jovens que ocupavam a rua com tantos risos…. E sobre tudo com a certeza que aqueles momentos eram a garantia de momentos de paz na favela.

Desde então, o Dia da conscieência negra é um dos dias mais aguardados na rua da redeccap.
Dia de festa,
Dia de solidariedade,
Dia de rrocas,
Dia de alegria.

Sabe porque?!

Porque neste dia a coroação de uma conquista da luta diária por: direitos, respeito e reconhecimentos.

Porque um grito de liberdade ecoa da alma para a vida com valores, afetos, amores, desejos de uma sociedade mais justa, equitativa e de oprtunidade para todos.

Porque como num grande quilombo, as canções são entoada como um canto de louvor, a dor no peito silencia, o sorriso estravaza e um lugar de refúgio e proteção se instala.

Porque homens valentes levantaram a bandeira e ainda hoje levantam a bandeira da resistência, da coragem de lutar contra uma cultura patriarcal, machista, racista e misógena. Homens que acreditam numa sociedade das potencialidades, do bem querer, do cuidado e do trato.

Porque mulheres, igual Teresa de Benguela, forjaram e forjam na luta vidas conscientes, protagonistas das suas histórias como as verdadeiras armas do conhecimento e saber. Mulheres negas e potentes como Edinalvas, Adelaides, Isabel’s, Zildas, Zélias e Elenices. Assim como: Patricias, Carol’s, Fabianas, denises, Cristianes, Ellens, Elaines e Bethes……

O quilombo é a nossa favela!

E nestes dia de pandemia, dias de uma escravidão contemporânea.
Onde o desemprego, o pouco caso.
O que para quem importa quem vai viver ou morrer!
O “tiro na cabecinha” ecoa como lei e permisão para tirar a vida voce sabe de quem…

Com o distanciamento social, que para os decendentes dos negros escravos é determinado desde o seu nascimento…..

Vem a lembrança das….

Nossas festas que tem sabor, tem tempero, tem gosto, tem paixão…
Tem sonho, tem alegrias, tem amizade, tem bem querer…

Tem Dia, por isso são todos os dias…
Tem reflexão, por isso tem consciência….
Tem cor: “Tem sangue retinto pisado…”

Tem raça: Negra sim! Pretos e pardos na luta contra a desigualdade, racismo e discriminação.
Sim! Pra não esquecer da chibata, da escravidão, do opressor, da dor, do sofrimento,….

E cantar:

Brasil, o teu nome é Dandara
Tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
Brasil!

Por Elizabeth Campos

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