Oficina Portinari

A Oficina Portinari – Arte de Ver Manguinhos surgiu sob inspiração das palavras “Devemos pintar como sentimos, mas devemos saber pintar o que sentimos”, proferidas pelo pintor brasileiro Candido Portinari. Isso também porque, nas nossas pesquisas descobrimos o comentário de um outro grande artista que ajudou mais ainda para tocarmos a iniciativa para frente. Foi escritor Jorge Amado:

“Candido Portinari nos engrandeceu com sua obra de pintor. Foi um dos homens mais importantes do nosso tempo, pois de suas mãos nasceram a cor e a poesia, o drama e a esperança de nossa gente.

Com pincéis, ele tocou fundo em nossa realidade. A terra e o povo brasileiro – camponeses, retirantes, crianças, santos e artistas de circo, os animais e a paisagem – são a matérias com que trabalhou e construiu sua obra imorredoura…”

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Tendo lido isto entendemos que poderíamos trabalhar a arte plástica como fator também de integração e inclusão social, respondendo a pergunta que fizemos a nós mesmos: Qual é a relação de Manguinhos com este homem que até hoje enche o Brasil de dignidade com suas pinturas de crianças brincando, de trabalhadores do café e da cana de açúcar, com retratos de retirantes e de caboclos, cenas de expressões de religiosidade e fatos históricos? Para nos deixar mais confiante finalizamos por ler o que ele em julho de 1930, escreveu de Paris para uma colega da Escola de Belas Artes:

“… Daqui fiquei vendo melhor a minha terra – fiquei vendo Brodósqui como ela é. Aqui não tenho vontade de fazer nada… Vou pintar aquela gente com aquela roupa e com aquela cor…”.

Notamos nessa frase um entusiasmo que fortalece na prática o desenvolvimento local, uma vez que Portinari tinha na sua comunidade de Brodowski uma fonte enriquecedora do seu olhar, proporcionando-lhe um mais apurado entendimento acerca de si mesmo e do mundo ao seu redor. Assim ele contribui decididamente para moldar um senso coerente de identidade local, sugerindo ao país uma mudança no seu modo de expressão. Conseqüentemente, com esse mesmo ímpeto, a Oficina Portinari – Projeto Arte de Ver Manguinhos se propõe a trabalhar. Quer transmitir que a comunidade de Manguinhos possui misturada aos seus estigmas do abandono e preconceito, uma nuance de sentimento humano capaz de refletir a respeito da beleza sensível e do fenômeno artístico. Essa mesma nuance que naquela região de Brodósqui gerou em Candido Portinari um olhar crítico e combativo contra a banalização da vida, atualmente gera em Manguinhos olhares semelhantes da parte de jovens artistas locais.
Em Janeiro de 2006, As atividades foram iniciadas com produção de projeto idealizado pela artista plástica italiana, Cristina Francescone, voluntária em visita à RedeCCAP / Casa Viva por intermédio de CESVI. O projeto de Franciscone foi finalizado a contento, tendo contribuído para que os alunos pudessem:

a) exercitar o uso do pincel;
b) desenvolver noções de cores e tonalidades, traços e texturas;
c) entender a simbologia da figura no plano da arte com relação ao contexto social, cultural;
d) aumentar a interação entre os alunos.

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